Casa de Barro: cultura, arte e educação no Recôncavo

HÁ NOVE ANOS, A ENTIDADE PROMOVE EVENTOS EM PROL DO DESENVOLVIMENTO HUMANO.

Sarah Sanches

A Casa de Barro é uma organização não-governamental, fundada no ano de 2005. Possui, entre seus objetivos, a promoção da cultura e o desenvolvimento do caráter humano através da arte – com exposições, cursos, eventos artísticos –, cultura – com apresentações teatrais, grupos de leituras -, e educação – com cursos, disponibilização de livros e outros. A Casa de Barro conta hoje com a colaboração de oito mulheres, cinco delas arte educadoras e as demais coordenadoras – geral, de Comunicação e de Arte Educação.

As ações da ONG são multifacetadas. Nos últimos cinco anos, cerca de 26 eventos foram promovidos. Entre eles, Dedinho de prosa, Cadinho de memória, que em 2012 alcançou sua terceira etapa com o lançamento de um livro homônimo. O projeto é uma iniciativa interdisciplinar. Em 2009, na cidade de São Félix, desenvolveu uma oficina de criação literária e de incentivo à leitura; em 2011, em São Félix e Cachoeira, ofertou curso de formação de multiplicadores para educadores formais e não-formais, e em 2012, lançou o livro resultado de um trabalho de investigação sobre a memória oral de Cachoeira visando o incentivo à escrita e a leitura de crianças, adolescentes e jovens adultos.

“A Casa de Barro participa de forma muito efetiva na formação de jovens e crianças e na construção da identidade, uma vez que seus projetos têm esse caráter histórico-social e as pessoas envolvidas na realização estão sempre muito dispostas. Ela ajuda nessa percepção do mundo e nessa interação de forma criativa e lúdica”, afirma Fábio Rodrigues, estudante de Jornalismo da UFRB e artista integrante da companhia de comédia Bocó, que participou do último evento ocorrido na ONG, o Encontros Poéticos. Na programação do encontro: feira de trocas de livros, declamações de poesias, atividades de desenho e pintura, apresentação de dança e musical, lançamentos de livros e recital performático.

Redes Sociais

Em 2013 foram realizados nove projetos demonstrando a evolução da organização que em seu primeiro ano promoveu um único evento de grande porte: o Caruru dos 7 poetas. No mês de março, em homenagem ao aniversário de Castro Alves e ao dia nacional da poesia acompanharam o Grupo Rouxinol de Poesia em um cortejo poético pela cidade de Cachoeira.

Yasmim Marinho, graduanda em Comunicação Social, conheceu recentemente a organização. Segundo ela “o espaço é bem bacana, os ambientes foram bem utilizados, cada cômodo tem uma utilidade diferenciada, tornando a casa um lugar tão multifacetado quanto a proposta da própria ONG”. A Casa de Barro conta, entre outros espaços, com uma biblioteca, varanda ampla a céu aberto onde ocorrem oficinais e apresentações, uma estante para sebo.

Nas redes sociais, a Casa de Barro mantém uma página de eventos que visa incentivar a leitura durante todo o ano. Intitulada como: “Desafio Leituras de Mundo – Incentivo à leitura”, o objetivo da página de livre participação é que aqueles que lá estão conectados dividam suas experiências literárias, enviando suas próprias resenhas e compartilhando com os demais, na tentativa de alimentar a curiosidade pela literatura. Além disso, na página oficial da organização constam dicas de leituras, mensagens com valores simbólicos, fotografias dos eventos já passados e promoção dos eventos culturais ocorridos nas cidades de Cachoeira e São Félix, estendendo seu papel social das ruas calçadas das cidades.

 Diálogos e limitações

Apesar da beleza e significância dos trabalhos realizados pela organização, ainda existem outras limitações no que se refere ao desenvolvimento e promoção da arte e da cultura na cidade. Como bem lembra Fábio Rodrigues: “A UFRB é um importante agente nessa promoção cultural, sinto que há um empenho, que precisa ser repensado sempre e melhorado, mas também vejo que há ainda pouco diálogo com o espaço, a questão do sentir o chão que pisa, principalmente dos artistas advindos da Universidade. Acredito que falta incentivo governamental para as produções tradicionais, viabilizando o contato, a exibição. Tem o Cineteatro Cachoeira que não foi aberto ainda, mas que será uma grande oportunidade, espaço, para os artistas da terra – isto se for realmente bem gerido. No mais, vejo uma vontade e disponibilidade grande dos gestores dos centros culturais, dos espaços artísticos para ocupar esses locais e se produzir, tanto em Cachoeira quanto em São Félix. E sei que ideias não faltam, mas para elas tomarem forma, cor, cheiro, é realmente necessário ajuda”.

Deixe um comentário